Foi por medo de avião que eu segurei pela primeira vez na sua mão!

Eu tenho pavor de avião! Não aquele pavor paralisante, até porque eu AMO viajar... mas sempre que entro num avião tenho que ficar repassando estatísticas na minha cabeça sem parar, tentando acalmar meu coração e a suadeira na minha mão.

Fico elaborando diálogos internos, pensando coisas do tipo: Paty, relaxa! Pensa a quantidade de aviões que saem todos os dias de todos os aeroportos do mundo e quantos acidentes acontecem? É praticamente impossível!!

Ou então...

Paty, avião é o segundo meio de transporte mais seguro do mundo... é muito mais fácil morrer num acidente de carro do que de avião...

Outro dia minha amiga Dri Muniz me contou que existe uma estatística que mostra que se vc passar todos os minutos da sua vida dentro de um avião, e viver 150 anos, vc pode começar a ser considerado como parte de um grupo de risco a sofrer um acidente...

Enfim, com todos estes dados na cabeça, eu acabo enfrentando a fera, e com dois comprimidos de Dramin na goela, vou dormindo e boa! Mas segunda tive um teste grande para o aço dos meus nervos...

Fui para o Rio, a trabalho... ida e volta no mesmo dia, claro, de avião. Estava me sentindo a última Passatempo do pacote, total executiva da Ponte Aérea! A ida até que fui numa boa... na volta...

Primeiro, chego no balcão do check in, tinha a passagem em aberto, ou seja, para ir na próxima ponte que tivesse lugar... o atendente reserva meu lugar, até que de outro balcão uma mulher grita:
- Pode fechar o próximo vôo, vou reservar o último assento...

Atendente grita de volta:
- Já fechei o último assento aqui, marca para o próximo!

Ou seja: peguei o ÚLTIMO assento daquele vôo por chegar um segundo antes que o cara na minha esquerda... já comecei a pensar naquelas histórias que sempre saem no jornal depois de um acidente de avião... um cara que por um segundo não foi no vôo que caiu e conseguiu escapar, blá blá blá...

Mas, na verdade, era uma ótima notícia... eu ia mais cedo prá casa! Quando consegui me convencer disso, vira o atendente:
- A senhora pode me dar um nome e telefone de alguém para contato?

QUÊ??????

Já viajei muito, mas nunca tinham me pedido contato... nunca tinha passado por esta mensagem subliminar "um contato, por favor, CASO ALGUMA COISA ACONTEÇA COM O AVIÃO".

Já fui para a sala de embarque tentando entender se aquilo tudo era um sinal... entro no avião, sento na minha cadeirinha, e do meu lado tinha uma mulher completamente nervosa!! Roendo as unhas, bufando... a aeromoça passou com uma cestinha de balas, ela encheu a mão e pegou milhares! O avião decolou e ela se agarrou na poltrona, num pânico bem maior do que o meu! Sendo que uma das coisas que mais me acalmam é olhar para pessoas que nem desviam os olhos do jornal quando o avião dá uma chacoalhada...

Aff... estatísticas! Estatísticas! Estatísticas!

Repito: foi teste para os meus nervos!

P.S. - Como vocês devem imaginar, meu avião não caiu... este post não é psicografado. Estou viva, e sem máscaras de oxigênio caindo sobre minha cabeça!