quarta-feira, julho 04, 2007

Nós vamo invadir sua praia!

Capítulo 3 - O Aquário Municipal de Santos.
Os dois queriam porque queriam ir a algum aquário, e alguém (que devia estar de piada comigo) sugeriu o de Santos. A mãe/chefa perguntou se eu poderia ir dirigindo ou se precisava de um motorista. Eu (e até agora não consegui entender porque) disse que iria dirigindo numa boa. Nessas horas eu mesma tenho vontade de me esganar...

Levei os dois até o carro, que estava lindinho, recém saído do lava rápido. A menina logo perguntou: "Miss Patricia, cadê o cinto de segurança?". Pode parecer pergunta besta de criança, mas não era. O cinto, lógico, estava enfiado em algum lugar atrás daquele banco, totalmente zero km, afinal, quem diabos coloca cinto no banco de trás??

Desço do carro, abro a porta, tiro as crianças. Abaixo o banco e acho o cinto! "Ok, kids, podem entrar!". Coloco as crianças de volta.
"Miss Patricia, onde está a fivela??"

Desço do carro, abro a porta, tiro as crianças. Levanto o assento e acho a fivela, totalmente escondida. "Prontinho, kids! Vamo que vamo!". Coloco as crianças de volta.
"Miss Patricia, o cinto sumiu de novo!" (claro que quando levantei o acento, prendi de novo o cinto no banco).

Desço do carro, abro a porta, tiro as crianças. Seguro o cinto com uma mão, a fivela com a outra, abaixo o banco e coloco o assento no lugar com a outra (sim, estou começando a descobrir que quem leva crianças para passear tem três mãos... no mínimo!).

Já comecei a viagem esbaforida! Mas, tudo bem... liguei uma musiquinha, mandei os dois ligarem os video-games portáteis e rumo à imigrantes! Ainda na avenida dos Bandeirantes, o menino pergunta: "are we there yet??" (traduzindo: tamu chegando??). Já sabia que a viagem seria longa.

Depois de 187 "are we there yet"s, chegamos em Santos. Passamos no MacDonald's prá comer (tive que trocar o brinquedinho do Mac Lanche Feliz só uma vez!! Milagre!) e fomos no Aquário. No caminho, as crianças viram a praia! E piraram na batatinha! Depois da visão da praia, o aquário perdeu totalmente o apelo, e eles só pensavam na hora de pisar na areia! Fizemos o trajeto dos peixinhos em 15 minutos e lá fui eu com eles para a atração principal.

Um parênteses... quando você leva duas crianças na praia, é de bom tom ter a seguinte bagagem:
- maiô, sunga ou qualquer roupa de banho
- toalha
- muito protetor solar
- chinelo
- bóia para os pequenos
- brinquedos de areia
- muito dinheiro para sorvete e milho
- roupa prá trocar
- sacolinha para as conchinhas que eles com certeza vão catar
- cadeira para que você não sente nas nem sempre tão limpas areias de Santos
- doses de paciência.

Eu só tinha o último ítem. E mesmo assim, um pouco em falta. Nessas horas, é improviso: como não tinham swim suits e nem bóia, só podiam molhar o pé na água. Como não tinham brinquedos de areia, usavam gravetinhos e, claro, as mãos para fazer castelos. Como não tinham sacolinha, guardaram as conchinhas dentro do tênis. Como não tínha muito dinheiro, comeram duas maçãs que eu (como uma ótima Nanny que sou) levei de casa!

Como eu não tinha cadeira, fiquei de pé, com três pares de tênis e suas respectivas meias nas mãos, sendo que dois deles lotados de conchinhas. Na terceira mão (já falei sobre isso...) a máquina fotográfica, afinal, nem eu consegui resistir à carinha de total deleite e felicidade daqueles dois pulando as ondinhas.

Eu segurava as coisas, olhava para a menina com os pés na água, olhava para o menino brincando na areia, olhava para as pessoas que passavam, pensava na mãe de noite enchendo aquelas crianças de Caladril e me perguntando como eu pude esquecer o filtro solar. Olhava para a menina de novo, olhava para o menino de novo. Tava parecendo uma louca, completamente tensa. As doses de paciência foram diminuindo, até que chegou a hora de voltar para casa.

Lavamos o pé, colocamos os tênis, voltamos para o carro. Antes de seguir viagem, compramos lanchinho. A volta foi uma delícia: fim de tarde, barulhinho de video-game, cróc cróc de salgadinho e os dois rindo à toa.

Quando voltei prá casa e olhei para o banco de trás (do meu carro - lembram? - recém lavado), o susto: o banco absolutamente imundo, inteirinho lotado de areia e sacos de Cheetos. Achei que ia surtar, mas foi exatamente o contrário... achei a coisa mais bonitinha do mundo! Areia e sacos de salgadinho são a cara de dias felizes na infância... fui dormir acabada mas feliz.

5 comentários:

MARULA disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MARULA disse...

Humm... Não resisto e vou fazer um comentário ecologicamente correto, tá?! (Tá, porque o comentário é meu!;0)) Lá vai:

Quando tia Maricota for levar Paty´s baby pra dar uma vorta na praia, vai ensinar ao pequeno que a gente não deve levar as conchinhas pra casa. Não deve porque a casa das conchinhas é ali mesmo na areia e a gente não tem o direito de arrancá-las assim de casa! Mamãe natureza agradece muito e a gente ajuda a preservar o meio ambiente (prá lá de "despreservado", né?!).

Bom, tia Mari também vai vetar o cheetos e coca-cola, mas daí já são outros quinhentos...rs E não me venha, D. Patricia, me putiar porque seus filhotes serão uns gostosos naturebastudodebomsaudáveisefelizes, muitooooo felizes! Vão pedir mamadeira de soja todos os dias!hahaha

Beijim

Paty disse...

HAHAHAHA!

Ai, Má, coitados dos seus filhos... vão sofrer muuuuuuito!!

Anônimo disse...

PO Ma, mamadeira de leite de soja nao da neh... coitados mesmo...

Paty, eu tambem sou da turma que usa cinto no banco de tras... entendo sua garotinha perfeitamente... Talvez hoje levantasse meu braco, se desde pequena tivesse aprendido a usar cinto no banco de tras...

Beijos e saudades

Paty disse...

Pois é, com certeza... eu só não estou muito acostumada a ter gente no meu banco de trás... ainda mais pequeninos... rsrsrs

Beijos e saudades!!